Monday, February 19, 2007

Assim sou eu, mel e fel!

Há que deixar fluir as energias,
Viver para relembrar
Ou quiçá esquecer,
O que já passou, passou
E que tanto magoou!

Partilho tua solidão
E não sei o que quero,
Como algo que me afaga o coração
Em momentos de desespero.

Apodera-se de mim o nada,
Um áspero frio intemporal
Um sentimento tão profundo e sincero
Que me faz sentir mal!

E não consigo pensar
E não me atrevo a agir, ou fugir.

Dou voltas ao meu pensamento
Mergulho numa névoa distorcida,
Numa realidade irreal,
Que se entranha a todo o momento.

Hoje só quero fazer o que me apetecer,
E não me arrepender!
Errar, desiludir-me
Por vezes ser doce,
Depois amarga e cruel
Assim sou eu: mel e fel!

Neste momento em que paro para repensar o que sou, o que sinto, para onde vou e qual o melhor caminho seguir, fico imóvel e apática.

Fico envolta num turbilhão de emoções, de lembranças soltas de relações que foram muitos minutos de vida, que formaram muitas horas, que originaram dias, meses de pura felicidade, que se transformaram depois em amarguras persistentes, dolorosas que me perseguiram dia e noite, mas hoje, hoje a dor já pouco significa, ficou o sentimento do que foi bom. Tudo contribuíu para me transformar no que sou:

Fragilmente forte,
Docemente amarga!
Quem me compreende?
Ninguém!
Quem se importa,
Certamente ninguém!

A todas as pessoas que entraram na minha vida e me fizeram viver, sorrir, chorar, amar, sofrer e crescer o meu sincero obrigado!

Monday, February 12, 2007

A noite me chama...

A noite que me chama,
Algo que me persegue
Que vejo eu,
Que quero eu?
Simplesmente espero,
Espero que o tempo passe
Que o tempo me embale,
Que sossegue o meu desassossego,
Apague o vazio que me preenche
Que sugue a dor indolor
O medo da coragem,
Do Xadrez da vida,
Do preto e do branco,
Do ar que inspiro, expiro.

A noite me chama,
Quer a minha companhia
E eu o que procuro?
Do que me escondo?
De mim dos outros?
De tudo, de nada,
De nada, do Amor?
É bom viver aqui e agora
De nada me escondo na verdade
O mundo é a minha vida
É a inspiração que me motiva
E aqui estou para o que der e vier!

Tuesday, February 6, 2007

Legalizar IVG e criar programas apoio

Um grande obrigado aos meus amigos pelos valiosos comentários aos meus mail (informação que consta neste blog) e partilho também os vossos receios e questões!

Penso que o melhor é legalizar para criar os mecanismos de apoio a pessoas que pretendem fazer o aborto... até porque as mulheres nesta situação até poderiam vir a mudar de ideias…

Assim haveriam consultas para apoiar as pessoas, para analisar cada caso, questionar as pessoas, criar um “programa” para mães solteiras ou para adopção logo após o nascimento e divulgá-lo e sensibilizando estas pessoas.

Desta forma antes de as pessoas recorrerem ao aborto clandestino haveria uma hipótese de as pessoas terem apoio psicológico e eventualmente considerarem a hipótese de levar a gravidez até ao fim de uma forma consciente por haver a opção eficiente e eficaz de adopção ou apoio a mães solteiras.

Segue ainda uns comentários de umas pessoas amigas:


Cito MR

“Aprecio a tua coragem e disponibilidade em fazer notar a tua opinião!

Digamos k SUZANA, como sempre. Concordo em muitos pontos contigo mas a minha preocupação tomou outros rumos... para mim está claro a despenalização do aborto, a questão está: em k termos, condições e circunstâncias poderá ser feita?

Não poderei votar SIM ou NÃO, sem antes "balizar" a referida pergunta: - Quando fazer? - Como fazer? - Onde fazer? - Porquê fazer? - Para quê? Dizer SIM, implica (e poderá originar) outras complexidades até então não referidas... o NÃO gera e perpétua muitas adversidades já conhecidas.

Votando SIM, as pessoas deverão ser alertadas para o facto de k não deverá ser "simplesmente" uma pratica normal e consentida por todos mas sim uma "solução" para situações de "risco involuntário":

Ex: fetos com deficiências profundas, violações, HIV, podridão, pessoas incapacitadas para criarem uma criança com dignidade... Não podendo ser praticado por caprichos ou descuidos sexuais.

Votando NÃO, apelamos certamente à ética e a favor da VIDA. Por tudo isto, estou certa do k pretendo com o meu SIM, mas receosa pelo rumo k lhe poderão dar... Espero poder dizer de consciência tranquila k contribui para a evolução de uma nova sociedade mais justa e saudável, se possível!”


Cito CL

”Concordo com tudo o que dizes, mas ainda acrescento alguns pontos de vista.

1. Este já é defendido por alguns, mas baseia-se no facto de a lei Portuguesa existente ser semelhante a espanhola, o que mudam são as atitudes e decisões dos médicos portugueses e espanhóis ... difícil de compreender como se pode ir fazer um aborto a Espanha, legalmente, quando a lei é semelhante ... se calhar temos de importar mais médicos espanhóis.

2. Este ainda não ouvi ninguém falar, mas como sabes há coisas que me revoltam .... o feto tem um PAI, não apareceu lá por acaso, se a mãe entender vir a ter o filho mesmo contra vontade do pai, este vira a ser condenado em tribunal a cumprir uma paternidade que não desejava ... e se o sim ganhar? Onde fica o direito do pai em querer ser PAI quando a mãe não quer ser mãe ? quem podera ser responsabilizado se é a despenalização que está em causa? “


Acho que realmente, há sempre "injustiças" e "egoísmos" quando não há acordo… e o bom senso é algo muito subjectivo!

Monday, February 5, 2007

Mais questões sobre o aborto

A ouvir e a escrever e que nos entendemos...

Ainda relativamente ao aborto gostaria de mencionar que sim, considero que os defensores do NÃO têm razão e que um embrião, um feto tem vida, que preferivelmente esta deveria ser preservada pois sou a favor da vida e digo novamente da dignidade humana!

Mas a questão é ao que é que damos mais valor! Salvar uma vida humana por ser vida independentemente das condições em que esse ser humano vai ser gerado e criado? Sim porque os sentimentos (de revolta, por exemplo) da mãe passam para a criança bem como todos os males que essa faça durante a gravidez para ver que aborta “naturalmente” (medicação, álcool, drogas)!

Será preferível corre-se o risco de deixar gerar uma criança que vai sentir e sofrer durante a gestação e eventualmente após o nascimento ser abandonada ou até assassinada à nascença porque não é desejada?

Se as pessoas não têm meios nem vontade de acolher esse novo ser para quê continuar a gestação e penalizar que faz aborto? As consequências socais são bem pesadas!

Quero acreditar que a maior parte das pessoas decidem-se pelo aborto num desespero de causas e não como mais um método contraceptivo!

Deve-se sim apostar na prevenção, na educação sexual e cívica, na apresentação dos riscos que envolvem o processo de aborto.. e esperar que quem tenha que recorrer a esta prática ao menos o faça com condições e não seja pior a emenda que o soneto!

Friday, February 2, 2007

Digam sim à despenalização do aborto!

Penso que é de grande importância se salvaguardar antes de tudo a dignidade de uma vida humana existente e por isso pode parecer um paradoxo mas defendo o aborto e evidentemente a despenalização do aborto também..

Não acham que já é demasiado penoso a situação de se ter que tomar a decisão de por em risco a própria vida, de enfrentar a família e a sua eventual reprovação (ou obrigação de o fazer), de sofrer efeitos secundários graves de ordem psicológica e física. Uma mulher pode nunca mais vir a ter filhos se o procedimento não for bem feito! Contudo os mais conservadores simplesmente diriam AZAR! E penso que só a mulher é penalisada legalmente, o Homem (pai) nem por isso!!

Claro que o direito à vida do feto também conta mas ainda não esteve perante a ”vida em si”, até certo ponto ainda não o considero bem uma "pessoa". E se a mãe é uma toxicodependente ou seropositiva e gera uma criança doente? E de que serve uma criança vir ao mundo sem ter quem o deseje, que lhe dê atenção e amor, sem ter quem lhe proporcione um ambiente minimamente “estável/saudável” para se tornar uma pessoa válida e não mais um parasita ou vândalo/a desta sociedade que cada vez é mais decadente e podre!

Quem é contra o aborto e sua despenalização por acaso anda a ajudar orfanatos e instituições que tratam das criancinhas “abandonadas”? Poucos certamente, pois não se pode generalizar.

Para não me esquecer, já agora agradeço a todas as pessoas que não são cobardes (como eu) e que se esquecem de si próprias e se dedicam a tratar de crianças "desamparadas" pelos pais biológicos.

Há outras questões a considerar a dos custos e /ou afectação de verbas para realização do aborto legal, mas acho que é um “mal menor”. E já agora porque não referendar a legalização da prostituição? É uma questão de saúde pública e de se dar mais dignidade ás pessoas. Até porque assim parte das receitas dos impostos até poderia reverter para o Ministério da Saúde (como penso que acontece com o tabaco) e já ajudaria não?!

Pensem nisto tudo antes de decidir, pois temos que nos adaptar, para não dizer evoluir!

Digam sim à despenalização do aborto!

Note-se que há que dar aos médicos a possibilidade de não fazerem o aborto por objecção de consciência! A liberdade, a opção, é para todos!

Ps - Um à parte… valia a pena aproveitar o “papel” do refendo para acrescentar se as pessoas concordam com o casamento entre homosexuais, pois dai em diante abriria mais as mentes, deixaria de ser um bicho de 7 cabeças e deixaria de haver hipocrisias e casamentos de fachada para encobrir a Homosexualidade não assumida, criaria uma “estabilidade social” e a possibilidade de no futuro haverem condições para que estes casais tenham “condições” que lhes permita adoptar crianças e dar-lhes um lar, afecto e carinho… mas este assunto é para divagar noutra altura…